O Homem é o
centro e o ápice da Criação de Deus. Foi constituído de dons, criado para a
liberdade, tendo criatividade para viver consigo mesmo, com o próximo, com a natureza
e com a sociedade, sem contar o viver separado, à parte do domínio do mal. O
fundamento do Homem está em Deus, nasce Dele, tem origem Nele. O Deus Javé que,
em sua superioridade, está acima de todas as coisas também entra em contato com
a sua Criação, sendo assim, requer-se do Homem adoração, dependência. Cabe a
este render-lhe culto, amá-lo. Aqui entramos na polêmica atual concernente à
adoração: Como adorar a Deus? O que é adorar a Deus? Trago supostas respostas
antes de comentar a situação instaurada no momento:
1)À semelhança
de Salmos 103, adoramos a Deus por tudo que fez, tem feito e vai fazer: benefícios, perdão,
cura, redenção, amor, piedade, compaixão, vida longa, renovo, justiça,
revelação; rendemos-Lhe culto porque Ele é: Deus Bendito, Santo, Deus da nossa
alma, Perdoador, Redentor e Justo.
2)Seguindo o
exemplo dos salmistas que compilaram os últimos hinos no Livro das Orações
(Salmos 145-150), adoramos a Deus pelo Seu Nome e Seu Amor, adoramos a um Deus
Vivo que é Libertador, e isso, de geração em geração.
3)Diante da
injustiça, da destruição, da dor e
humilhação, mesmo tristes, oramos a Deus
, pois a oração funciona como orvalho,
reverdecendo nossas vidas, fazendo brilhar nossas mentes, iluminando nosso
olhos a fim de vermos a grandeza de Deus, confiando Nele; essa confiança gera
esperança, esperança de que há um projeto javista para a humanidade, mesmo em
meio às dificuldades e conflitos. Leiamos com atenção o Livro Das Lamentações e
constataremos que a há adoração a Deus mesmo depois da queda, no funeral, em
resumo, adoração e poesia em meio à dor.
Diante do
supracitado, analisemos algumas das expressões relacionadas com a Adoração
usadas atualmente no meio evangélico. Fala–se muito em:
“Adore a Deus que a
Vitória vem!”.
Refutação:
Não adoramos a Deus para receber a vitória, adoramos pelo que Ele é não pelo
que Ele tem ou pode oferecer. Deus conhece os corações! Não nos enganemos...
Outra:
“Vou buscar a minha
benção!”, que é
uma expressão que tomou o lugar de: “Vou ao templo cultuar a Deus!”.
Pseudoadoradores,
materialistas, humanistas, consumistas, capitalistas que se preocupam com o
próprio ventre e nada mais! Busca-se a benção e tendo-a em mãos e só diversão
sem compromisso.
Mais uma:
“Abra a boca e adore!
Senão...”.
E quanto aos
mudos? E quanto a Mãe de Samuel que balbuciava? Adoração não se resume a falar
em alta voz, gritar, espernear, “sentar no colo”, dizer que “está apaixonado”,
etc. Aprendi que a maior apreciação, ou reverência, é o seu tempo de dedicação.
Vamos parar e dedicar um tempo diante do Deus Poderoso! Vamos contemplá-lo,
passo a passo, “tintim por tintim”, tiremos
a tapa dos nossos olhos. Será que Deus só está atento a aparente adoração dos
pentecostais, renovados e neopentecostais que abrem a boca e dizem: “Glória a
Deus e Aleluia!”? Não ouve Ele os histórico-tradicionais? Convenhamos também que
não é aceito um tipo de adoração mumificada, mas, doravante, deixemos de lado
os estereótipos irreligiosos que nos cercam e “... conheçamos e prossigamos em conhecer
ao Senhor” (Oseias 6.3).
Vamos nos dedicar mais ao Senhor? Dediquemo-nos
a aprender, saber (ainda que de forma relativa) quem é o Senhor, estudar as
coisas concernentes a Deus, conversar sobre Ele! Através da Bíblia passamos a
ter noção de quem Ele é, nos informamos acerca Dele, reconhecemos e
experimentamos Seu poder.
Por Fernando
José.
Referências:
Dicionário VINE – W. E. Vine, Merril F. Unger, William
White Jr. (CPAD, 2006).
Dicionário
Mini Aurélio Século XXI – Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (Editora Nova
Fronteira, 2001).
Bíblia –
Edição Pastoral.
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