quarta-feira, 29 de outubro de 2014

LIÇÃO 5: DEUS ABOMINA A SOBERBA (Auxílio - Jovens e Adultos: CPAD, 4º Trimestre de 2014 - por Fernando José)



Em Daniel 4 vemos um príncipe que na sua coorte, estava em sossego e prosperidade, pois, havia adquirido sucesso nas suas guerras e construções. Em meio a essa glória real e resplendor, surge o espanto, a turbação e a frustração consequentes de um sonho que, em primeira mão, não foi interpretado pelos magos. O espanto e a frustração dão lugar ao apelo ao Profeta Daniel que, por meio do “espírito dos deuses santos”, interpretou o sonho diante do rei. O Comentário Bíblico Moody assim deixa exposto o capítulo 4 do Livro de Daniel:

Começando com uma pequena saudação (vs. 1-3), seguida das palavras do próprio rei sobre as circunstâncias na cone (vv. 4-9), ele apresenta a narrativa de um sonho (vs. 10-18), que Daniel interpretou (vv. 19-27), e que se cumpriu nas experiências humilhantes de Nabucodonosor (vv. 28-33), seguidas de maneira feliz pela recuperação e restauração do rei (vv. 34-37).

Sobre Nabucodonosor, Flavio Josefo narrou, escrevendo de acordo com o que encontrava no Livro dos Hebreus, sem diminuir e sem aumentar:

“Era um príncipe muito inteligente e foi muito mais feliz que os seus predecessores.”

Josefo, prossegue ainda falando sobre o príncipe, citando Berose:

Nabopolassar, pai daquele de quem acabamos de falar, tendo sabido que os governadores que ele pusera no Egito, na Baixa Síria e na Fenícia se haviam revoltado contra ele e não estando mais na idade de suportar as dificuldades de uma guerra contra eles, enviou Nabucodonosor, seu filho, com uma parte de suas forças. O jovem príncipe venceu os rebeldes, recolocou todas as províncias sob a obediência do rei seu pai e, tendo sabido que naquele mesmo tempo este morrera na Babilônia, após reinar vinte e um anos, passou a dirigir os destinos do Egito e das outras províncias. Deixou aos oficiais em quem mais confiava o encargo de levar o seu exército para a Babilônia com os escravos judeus, sírios, fenícios e egípcios. Acompanhado por alguns poucos, passou pelo deserto e marchou rapidamente. Depois de chegar, governou o império que fora administrado na sua ausência pelos magos caldeus, dos quais o principal e de maior autoridade nada levara tanto a peito para conservar-lhe o trono. E assim, ele sucedeu em todo o reino ao rei seu pai. Uma das primeiras coisas que fez foi distribuir em colônias os escravos recém-chegados. Consagrou no templo de Bel, seu deus, e em outros templos os ricos despojos que havia conquistado. Não se contentou em restaurar os antigos edifícios de Babilônia: aumentou também a cidade e fortificou o canal. Para impedir que a atacassem e a pudessem tomar depois de atravessar o rio, mandou fazer outro dentro. E fora, ergueu uma tríplice muralha, muito alta, de tijolos refratários. Fortificou também todas as outras partes da cidade. Fez portas monumentais e construiu um novo palácio perto do que fora do falecido rei seu pai, do qual seria inútil referir a beleza e a magnificência. Não poderia mesmo eu dizer que esse soberbo edifício foi construído em quinze dias. E, como a rainha, sua mulher, que fora educada na Média, desejava ver alguma semelhança com o seu país, mandou fazer, para lhe ser agradável, arcos por cima desse palácio, com grandes pedras que pareciam montes. Mandou cobrir esses arcos com terra e plantou sobre eles uma tal quantidade de árvores de todas as espécies que esse jardim, suspenso no ar, passou a ser uma das maravilhas do mundo.

JOSEFO, Flavio. HISTÓRIA dos HEBREUS - De Abraão à queda de Jerusalém. 8ª edição, CPAD - Rio de Janeiro, RJ: 2004.

Vemos Mesquita descrevendo a influência do governo de Nabucodonosor:

Pela primeira vez na história um homem tinha Governado sobre tantos povos, de línguas e costumes diferentes, pois todos os antigos povos da Média e Pérsia estavam agora englobados debaixo do governo universal de um só homem. Estamos longe de imaginar a influência deste governo, sobre todos os povos, mediante a presença dos cativos de Israel.

Antonio Neves Mesquita - Estudos no livro de Daniel (Rio de Janeiro, novembro de 1975).

Sobre a entrada de Daniel no cenário e a interpretação do sonho do rei, temos ainda as palavras de Mesquita:

Demonstrada a futilidade daquela ciência caldaica, entra Daniel, em quem o rei reconhecia a existência do espírito dos deuses santos... Daniel, desta vez, não pediu prazo para interpretar o sonho, estranho como era. Por quê? Já estaria habilitado por Deus para esta tarefa? É o que parece, pois Daniel não titubeou na interpretação, mas ficou perplexo quanto ao conteúdo do sonho (v. 19). Era nada mais nada menos do que a ruína e destruição temporária do rei, e isso o afligia, pois, pessoalmente, era bem tratado e muito respeitado no palácio. Admite-se que Nabucodonosor logo teria reconhecido mais ou menos que se tratava de sua pessoa, por isso que ficou tão atrapalhado.

Antonio Neves Mesquita - Estudos no livro de Daniel (Rio de Janeiro, novembro de 1975).

A interpretação dos vv. 14-17, deixa Daniel atônito, pois se tratava de uma sentença pra o seu rei, que era orgulhoso e vaidoso:
Então Daniel, cujo nome era Beltessazar, esteve atônito por uma hora, e os seus pensamentos o turbavam; (Daniel 4.19).
Esta é a interpretação, ó rei; e este é o decreto do Altíssimo, que virá sobre o rei, meu senhor: Serás tirado dentre os homens, e a tua morada será com os animais do campo, e te farão comer erva como os bois, e serás molhado do orvalho do céu; e passar-se-ão sete tempos por cima de ti; até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer. E quanto ao que foi falado, que deixassem o tronco com as raízes da árvore, o teu reino voltará para ti, depois que tiveres conhecido que o céu reina. (Daniel 4.24-26)

Daniel teve que dizer coisas duras ao seu rei, objetivando arrependimento, pureza:

Portanto, ó rei, aceita o meu conselho, e põe fim aos teus pecados, praticando a justiça, e às tuas iniquidades, usando de misericórdia com os pobres, pois, talvez se prolongue a tua tranquilidade. Daniel 4.27

Os vv. 28-33 descrevem as "coisas vieram sobre o rei Nabucodonosor" com referência ao sonho e à sua interpretação. Vejamos a exposição de alguns comentaristas sobre o incidente:

Houve um misericordioso "prolongamento de sua tranquilidade" (v. 27)... Escritores antigos contam, e a arqueologia confirma, que Nabucodonosor, além de remodelar e ampliar os antigos edifícios da Babilônia, levantou seus próprios projetos de magníficas construções. Uma grande rua que ele reconstruiu para desfiles estendia-se diante dele, como também muitos templos e quilômetros de muros. "Agora, neste palácio, tendo construído grandiosas estruturas de pedra e tendo plantado sobre elas todos os tipos de árvores, dando-lhes um aspecto muito parecido com o de montanhas, ele elaborou e preparou os famosos Jardins Suspensos, para agradar à sua esposa, que gostava das terras montanhosas, porque fora criada na Média" (Josefos Against Apion 1,19).
...
A última experiência consciente e lúcida do rei voltou sua atenção para Deus no céu.
...
Considerando que os antigos geralmente consideravam as pessoas loucas como "possuídas" por um deus, o rei talvez fosse mantido em um parque recebendo tratamento especial. Exemplos das alterações físicas do rei existiram na antiguidade...

Comentário Bíblico Moody


Ao cabo de doze meses, passeando sobre o Palácio real de Babilônia, falou o rei, e disse: Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder...? (w. 29 e 30). Nem acabou de falar e uma voz de cima disse que tudo terminara. Realmente, Babilônia, segundo nos informam os escritores antigos era mesmo um deslumbramento. O rio Eufrates passava pelo meio da cidade, uma espécie de Capiberibe que passa pelo centro da cidade de Recife, com jardins suspensos, onde as damas, ao cair da tarde, iam passear. Para aqueles dias era de fato uma grande Babilônia, mas o pecado do rei, como o de muitos homens, foi o de atribuir tudo ao seu poder, e nada ao poder de Deus. A lição fica para a história. A cidade era circundada por muralhas de dez metros de espessura a 15 metros de altura, de modo que não havia possibilidade de ser atacada e vencida. Não sabemos muito dos exércitos de Babilônia, mas achamos que não eram necessários, porque a cidade estava segura e o império estava em paz, e também não havia no horizonte qualquer inimigo potencial. O grande Império da Assíria tinha desaparecido e os pequenos Estados da Média e da Pérsia não estavam organizados de modo a estarem em condições de tentar tomar a cidade. Se, em lugar de se louvar, o rei tivesse dado graças ao Altíssimo, que ele já conhecia, então a sentença talvez não viesse. Naquela mesma hora foi Nabucodonosor lançado fora do palácio, pois tinha virado um bruto, e o seu lugar era entre os brutos. Comia erva como boi e os seus cabelos cresceram como as penas das águias. Suas unhas eram como as das aves.
...
A doença de Nabucodonosor, que não consta como tal nas crônicas oficiais e nem poderia constar, também não é relatada por qualquer dos poucos escritores daqueles dias, tais como Heródoto ou Berosius. Isto tem servido para alguns tentarem desacreditar a autenticidade de Daniel. Ora, estes escritores, caso o assunto tivesse chegado ao seu conhecimento, teriam outros motivos a que darem atenção, e não meramente a uma doença, que nem teria saído das crônicas do palácio.

Antonio Neves Mesquita - Estudos no livro de Daniel (Rio de Janeiro, novembro de 1975).


... Os operários que trabalharam nesse projeto poderiam ser desculpados, contudo, por encararem com algum cinismo a pretensão do rei de ele ter construído acidade, e a opressão que isso envolveu certamente não ajudou a aumentar a glória de sua majestade.

Daniel - Introdução e Comentário - Joyce Baldwin (Série Cultura Bíblica)

Sobre a restauração e recuperação de Nabucodonosor (vv. 34-37):

A restauração do rei deveria encorajar os homens a esperar dias melhores, na providência divina, por mais profundo que o castigo do Senhor possa ter sido para com eles. Este capítulo mostra que os pagãos não estão isentos do governo moral de Jeová. As leis morais governam a elevação e a queda dos homens quer estejam relacionadas com Deus através da graça salvadora quer não (vaia também Amós 1:1 – 2:3).

Comentário Bíblico Moody


Concluímos esta ligeira apreciação do capítulo 4 dando louvores a Deus por ter sido tão benévolo em se fazer conhecido a um rei pagão. Ele foi o maior dos homens públicos dos seus dias e depois dele só Ciro, o Persa, se lhe pode igualar.

Antonio Neves Mesquita - Estudos no livro de Daniel (Rio de Janeiro, novembro de 1975).


Por Fernando José.


Textos Complementares 1


A forma da saudação, como do restante do capítulo, indica que este é um documento governamental da Babilônia, incorporado por Daniel às Sagradas Escrituras. Isto indica que a inspiração das Escrituras é através da autoridade divina da pessoa por cuja orientação uma determinada palavra é incluída. Até as palavras de uma mula foram incluídas nas Escrituras (Nm. 22:28, 30) pela autoridade de Moisés! A saudação de Nabucodonosor deu início a este documento – que sem dúvida circulava independentemente antes de ser incluído nas Escrituras – dirigido a todo o seu reino. Não é demais esperar que alguns arqueólogos o encontrem algum dia. Talvez ele já esteja incógnito entre alguns dos milhares de documentos em tabuinhas de barro, descoberto, mas ainda não decifrado.

Comentário Bíblico Moody

Textos Complementares 2


O príncipe tornou a subir ao trono depois de haver passado sete anos no deserto e aplacado a cólera de Deus com uma grande penitência, sem que ninguém durante todo esse tempo ousasse apoderar-se do trono.

JOSEFO, Flavio. HISTÓRIA dos HEBREUS - De Abraão à queda de Jerusalém. 8ª edição, CPAD - Rio de Janeiro, RJ: 2004.


Referências:
Bíblia Online – www.bibliaonline.com.br
Lições Bíblicas CPAD - 4° Trimestre de 2014: Integridade Moral e Espiritual — O legado do livro de Daniel para a Igreja hoje.
Comentário Bíblico Moody.
JOSEFO, Flavio. HISTÓRIA dos HEBREUS - De Abraão à queda de Jerusalém. 8ª edição, CPAD - Rio de Janeiro, RJ: 2004.
MESQUITA, Antonio Neves - Estudos no livro de Daniel (Rio de Janeiro, novembro de 1975).
BALDWIN, Joyce G. Daniel - Introdução e Comentário (Série Cultura Bíblica). Vida Nova –São Paulo, SP: 2008.


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quarta-feira, 22 de outubro de 2014

LIÇÃO 4: A providência divina na fidelidade humana (Auxílio - Jovens e Adultos: CPAD, 4º Trimestre de 2014 - por Fernando José)




Apagaram o poder do fogo... (Hebreus 11:34)

Daniel 3 revela a fé prática dos três amigos de Daniel. Uma história que fala da firmeza merecedora de crédito, da fé que é considerada uma virtude teológica. De início o v.1 fala sobre a oposição em relação à fé dos três crentes. Uma estátua de ouro é levantada e os jovens não se prostram em adoração, ato que dá sequência à acusação.

O v.2, em algumas traduções, refere-se ao sátrapa como um oficial! O que era o sátrapa?

Sátrapa:
Era o nome dado aos governadores das províncias. Era o chefe da administração da sua província. Ele coletava imposto, controlava os representantes locais do governo e as tribos e cidades sob tutela. Ele era o juiz supremo da província, diante do qual todo caso civil e criminoso podia ser levado. Era responsável pela segurança das estradas (...) e devia controlar desordeiros e rebeldes. Recebia assistência de um conselho de Persas, para o qual também cidadãos da província eram aceitos, e era controlado por um secretário real e por emissários do rei, especialmente o "olho do rei", que fazia uma inspeção anual.


Flávio Josefo descreve assim o acontecimento da fornalha:

... e foram lançados na fornalha. Mas Deus os salvou por um efeito de seu infinito poder: o fogo, parecendo reconhecer a sua inocência, respeitava-os, em vez de consumi-los. Eles venceram as chamas, e tão grande milagre aumentou ainda mais o respeito e a estima que o rei já lhes devotava, porque os considerava pessoas de virtude extraordinária e muito particularmente queridos de Deus.


O Comentário Bíblico Moody traz a divisão do capítulo 3 de Daniel da seguinte forma:
1) a oposição à fé (v. 1; cons. v. 8);
2) a tentação da fé (vv. 2-15);
3) a demonstração da fé (vv. 16-18);
4) a salvação pela fé (vv. 19-30).

Por Fernando José.


Textos Complementares 1

Por que Daniel não foi jogado na fornalha de fogo ardente com seus amigos, afinal, não estavam juntos (Dn 3.1-30)? O reino de Babilônia era dividido em províncias. Daniel foi nomeado governador sobre todas as províncias e permaneceu na capital do império. Atendendo a um pedido seu, o rei concordou que seus companheiros assumissem cargos políticos importantes no reino e, por isso, separaram-se: “E pediu Daniel ao rei, e constituiu ele sobre os negócios da província de Babilônia a Sadraque, Mesaque e Abednego; mas Daniel permaneceu na porta do rei” (Dn 2.49). A imagem do rei Nabucodonosor foi levantada no campo de Dura, distante cerca de dez quilômetros da Babilônia. Tudo indica que Daniel não estava presente ou foi dispensado de ter de demonstrar sua lealdade ao rei devido à sua elevada posição.

Textos Complementares 2

Onde ficava Dura? Creio que não podemos afirmar com certeza onde era o Campo de Dura. Obermeyer sugere que tal localidade fica perto de Nahr Dura, um pequeno afluente do Eufrates, a uns 10 quilômetros no sul de Babilônia. Contudo a sua tese não é provada. A literatura rabínica (Tamude de Babilônia, Folio 92a) diz que a planície de Dura vai do rio Eshel até Rabbath. É interessante notar que a mesma fonte diz que foi neste lugar que Ezequiel profetizou aos “ossos secos” (Ezequiel 37).

Textos Complementares 3

A vitória da fé tinha cinco objetivos: 1) Foram soltos de suas amarras (v. 25). 2) Foram protegidos do mal (v. 27). 3) Foram confortados na provação (vs. 24, 25, 28). 4) Seu Deus foi glorificado (v. 29). 5) Como servos de Deus foram recompensados (v. 30).
Comentário Bíblico Moody.


Referências:
Bíblia Online - http://www.bibliaon.com
Lições Bíblicas CPAD - 4° Trimestre de 2014: Integridade Moral e Espiritual — O legado do livro de Daniel para a Igreja hoje.
Comentário Bíblico Moody.
JOSEFO, Flavio. HISTÓRIA dos HEBREUS - De Abraão à queda de Jerusalém. 8ª edição, CPAD - Rio de Janeiro, RJ: 2004.


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sábado, 4 de outubro de 2014

CANDIDATOS "CRENTES" E A "CHAMPANHA" POLÍTICA




SOBRE OS CANDIDATOS "CRENTES" QUE VIVEM FAZENDO 'CHAMPANHA' POLÍTICA, FALANDO BESTEIRAS COM O INTUITO DE ARREBANHAR ELEITORES "CRENTES" PARA SI

Leis diabólicas, Satanismo, coisas espirituais e blá, blá, blá são coisas que vão além da Política e da Física! Trata-se de Metafísica! Logo, não está nas mãos de um político "crente" - mero mortal e seja lá quem for - resolver a situação. Já tem quem resolva: JESUS CRISTO. 
Ele disse: 

"... Edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;" Mateus 16:18 e, 

Ele faz: "Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo." 1 João 3:8. 

Político Crente: Apresente seus projetos de governo e soluções para os problemas atuais e posteriores (que não se restringe apenas a igreja, mas a toda comunidade), e deixe de estar usando e abusando da inconstância cerebral e espiritual dos crentes incultos que gostam de serem enganados! 

Eleitor Crente: Acautele-se, tenha cuidado... 

Que venhamos entender o que vem ser a verdadeira POLÍTICA - que está aliada à Filosofia e à Ética, e que, como cristãos, continuemos a orar pelos nossos supostos "inimigos". 

Fernando José.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Daniel: Antecedentes e Contexto relacionados ao Profeta






Segundo os relatos bíblicos, a origem de Israel vem de Noé e seus filhos (Gn 10.21-31 e 11.10-32). Doravante, temos a chamada de Abrão:

Então o Senhor disse a Abrão: "Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei. “Farei de você um grande povo, e o abençoarei”. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção. Abençoarei os que o abençoarem, e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem; e por meio de você todos os povos da terra serão abençoados". Partiu Abrão, como lhe ordenara o Senhor, e Ló foi com ele. Abrão tinha setenta e cinco anos quando saiu de Harã. Levou sua mulher Sarai, seu sobrinho Ló, todos os bens que haviam acumulado e os seus servos, comprados em Harã; partiram para a terra de Canaã e lá chegaram. Gênesis 12:1-5.

Um prenúncio acerca do Cativeiro Egípcio:

Então o Senhor lhe disse: "Saiba que os seus descendentes serão estrangeiros numa terra que não lhes pertencerá, onde também serão escravizados e oprimidos por quatrocentos anos. Mas eu castigarei a nação a quem servirão como escravos e, depois de tudo, sairão com muitos bens. Você, porém, irá em paz a seus antepassados e será sepultado em boa velhice. Na quarta geração, os seus descendentes voltarão para cá, porque a maldade dos amorreus ainda não atingiu a medida completa". Gênesis 15:13-16.

Estevão, o diácono exemplar e aquecido pelo Espírito Santo, deixa-nos um resumo da história israelita – de Abraão até o Cativeiro Egípcio:

E deu a Abraão a aliança da circuncisão. Por isso, Abraão gerou Isaque e o circuncidou oito dias depois do seu nascimento. Mais tarde, Isaque gerou Jacó, e este os doze patriarcas. “Os patriarcas, tendo inveja de José, venderam-no como escravo para o Egito”. Mas Deus estava com ele e o libertou de todas as suas tribulações, dando a José favor e sabedoria diante do faraó, rei do Egito; este o tornou governador do Egito e de todo o seu palácio. “Depois houve fome em todo o Egito e em Canaã, trazendo consigo grande sofrimento, e os nossos antepassados não encontravam alimento”. Ouvindo que havia trigo no Egito, Jacó enviou nossos antepassados em sua primeira viagem. Na segunda viagem deles, José fez-se reconhecer por seus irmãos, e o faraó pôde conhecer a família de José. Depois disso, José mandou buscar seu pai Jacó e toda a sua família, que eram setenta e cinco pessoas. Então Jacó desceu ao Egito, onde faleceram ele e os nossos antepassados. Seus corpos foram levados de volta a Siquém e colocados no túmulo que Abraão havia comprado ali dos filhos de Hamor, por certa quantia. “Ao se aproximar o tempo em que Deus cumpriria sua promessa a Abraão, aumentou muito o número do nosso povo no Egito”. Então outro rei, que nada sabia a respeito de José, passou a governar o Egito. Ele agiu traiçoeiramente para com o nosso povo e oprimiu os nossos antepassados, obrigando-os a abandonar os seus recém-nascidos, para que não sobrevivessem. Atos 7:8-19.

Estêvão, homem cheio da graça e do poder de Deus continua acerca de Moisés:

Naquele tempo nasceu Moisés, que era um menino extraordinário”. Por três meses ele foi criado na casa de seu pai. Quando foi abandonado, a filha do faraó o tomou e o criou como seu próprio filho. Moisés foi educado em toda a sabedoria dos egípcios e veio a ser poderoso em palavras e obras. “Ao completar quarenta anos, Moisés decidiu visitar seus irmãos israelitas”. Ao ver um deles sendo maltratado por um egípcio, saiu em defesa do oprimido e o vingou, matando o egípcio. Ele pensava que seus irmãos compreenderiam que Deus o estava usando para salvá-los, mas eles não o compreenderam. No dia seguinte, Moisés dirigiu-se a dois israelitas que estavam brigando, e tentou reconciliá-los, dizendo: ‘Homens, vocês são irmãos; por que ferem um ao outro? ’ “Mas o homem que maltratava o outro empurrou Moisés e disse: ‘Quem o nomeou líder e juiz sobre nós”? Quer matar-me como matou o egípcio ontem? ’ Ouvindo isso, Moisés fugiu para Midiã, onde ficou morando como estrangeiro e teve dois filhos. “Passados quarenta anos, apareceu a Moisés um anjo nas labaredas de uma sarça em chamas no deserto, perto do monte Sinai”. Vendo aquilo, ficou atônito. E, aproximando-se para observar, ouviu a voz do Senhor: ‘Eu sou o Deus dos seus antepassados, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó’. Moisés, tremendo de medo, não ousava olhar. “Então o Senhor lhe disse: ‘Tire as sandálias dos pés, porque o lugar em que você está é terra santa”. De fato tenho visto a opressão sobre o meu povo no Egito. Ouvi seus gemidos e desci para livrá-lo. Venha agora, e eu o enviarei de volta ao Egito’. “Este é o mesmo Moisés que tinham rejeitado com estas palavras: ‘Quem o nomeou líder e juiz”? ’ Ele foi enviado pelo próprio Deus para ser líder e libertador deles, por meio do anjo que lhe tinha aparecido na sarça. Ele os tirou de lá, fazendo maravilhas e sinais no Egito, no mar Vermelho e no deserto durante quarenta anos. Atos 7:20-36.

O diácono cheio de graça ainda fala sobre Josué:

“No deserto os nossos antepassados tinham o tabernáculo da aliança, que fora feito segundo a ordem de Deus a Moisés, de acordo com o modelo que ele tinha visto”. Tendo recebido o tabernáculo, nossos antepassados o levaram, sob a liderança de Josué, quando tomaram a terra das nações que Deus expulsou de diante deles. Atos 7:44-45.

Sobre Josué, no processo de assentamento das tribos de Israel, João B. Ribeiro, no Atlas de Estudos Bíblicos cita Antonius A.J. Gunneweg:

“As sagas de Josué pressupõem a visão histórica de uma ação militar coordenada e vinculam os fenômenos em questão (devastações, montões de pedras) com a invasão militar israelita.”

Entre o comando de Josué e o período dos Juízes temos o que chamamos de Teocracia, que pode ser assim definida:

“Período Teocrático ocorreu após Josué, onde Deus governava através dos Juízes e se estendeu até o inicio da Monarquia quando Saul assumiu o trono como o primeiro rei de Israel.” http://www.dicionarioinformal.com.br/

Em síntese, passando pela Monarquia no seu auge (Saul, Davi, Salomão) vemos a sua decadência a partir do reinado de Roboão (1 Reis 14.21-31 e 2 Cr 10), vindo o cisma: Reino do Norte e Reino do Sul!

Sobre o Reino do Norte temos o seguinte:

As narrações bíblicas sobre o Reino do Norte, a infidelidade ao Templo de Jerusalém e a Javé, desvios de moral e justiça dos reis, principalmente da dinastia amride, e do povo são os responsáveis pela destruição do reino, expropriação e exílio, pela mão do exército da Assíria (...) Na verdade das coisas, sabe-se que havia prosperidade em Israel sob Amri, e isto provocou instabilidade social e estimulou a ambição do Império Assírio.
(SANTOS, João Batista Ribeiro. Atlas de Estudos Bíblicos. 2ªed. São Paulo: Didática Paulista, 2011).

Por fim o Reino do Norte cai nas mãos da Assíria, que pode ser definida assim:

Em toda Antiguidade, jamais houve povo, nação ou tribo tão cruel e implacável. A Assíria não administrava a misericórdia ; espalhava o terror e a tirania. Cair em suas mãos significava uma morte lenta e dolorosa. Os filhos de Asur eram exímios torturadores.
Através da História Sagrada, observa-se que o Império Assírio sempre tratou Israel de forma desumana e impiedosa. Foi por isso que Jonas, no século VIII a.C., recusou-se a levar o ultimato divino à capital dos filhos de Assur – Nínive.
(...)
Sua crueldade não conhecia limites. Esfolavam vivos os prisioneiros; cortavam-lhes as mãos, os pés, o nariz e as orelhas; vazavam-lhes os olhos e lhes arrancavam a língua. A fim de eternizar sua obra, os assírios faziam pirâmides com os crânios de suas vítimas.
(...)
Em relação aos povos conquistados, tinha a Assíria uma política implacável. Ela deportava para outras terras as nações subjugadas, visando o extermínio espiritual, moral e étnico destas.
(ADRADE, Claudionor de. Geografia Bíblica. 21ª ed. Rio de Janeiro, RJ: CPAD, 2008).

Quanto ao Reino do Sul , vemos a vivência - em meio à fertilidade e prosperidade, desenvolvimento econômico, produção agrícola e industrial em massa – onde reinou a apostasia quanto à revelação divina. Vejamos as palavras de Jeremias:

"Por isso, eu ainda faço denúncias contra vocês", diz o Senhor, “e farei denúncias contra os seus descendentes”. Atravessem o mar até o litoral de Chipre e vejam; mandem observadores a Quedar e reparem de perto; e vejam se alguma vez aconteceu algo assim: Alguma nação já trocou os seus deuses? E eles nem sequer são deuses! Mas o meu povo trocou a sua Glória por deuses inúteis. Jeremias 2:9-11.

Jeremias em suas profecias fala acerca da importância da submissão do Reino do Sul e sobre a instrumentalidade de Nabucodonosor, rei de Babilônia:

No início do reinado de Zedequias, filho de Josias, rei de Judá, veio esta palavra a Jeremias da parte do Senhor: Assim me ordenou o Senhor: "Faça para você um jugo com cordas e madeira e ponha-o sobre o pescoço. Depois mande uma mensagem aos reis de Edom, de Moabe, de Amom, de Tiro e de Sidom, por meio dos embaixadores que vieram a Jerusalém para ver Zedequias, rei de Judá. Esta é a mensagem que deverão transmitir aos seus senhores: Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: ‘Eu fiz a terra, os seres humanos e os animais que nela estão, com o meu grande poder e com meu braço estendido, e eu a dou a quem eu quiser. Agora, sou eu mesmo que entrego todas essas nações nas mãos do meu servo Nabucodonosor, rei da Babilônia; sujeitei a ele até mesmo os animais selvagens. Todas as nações estarão sujeitas a ele, a seu filho e a seu neto; até que chegue a hora em que a terra dele seja subjugada por muitas nações e por reis poderosos.” ‘Se, porém, alguma nação ou reino não se sujeitar a Nabucodonosor, rei da Babilônia, nem colocar o pescoço sob o seu jugo, eu castigarei aquela nação com a guerra, a fome e a peste’, declara o Senhor, ‘e por meio dele eu a destruirei completamente. Não ouçam os seus profetas, os seus adivinhos, os seus intérpretes de sonhos, os seus médiuns e os seus feiticeiros, os quais lhes dizem para não se sujeitar ao rei da Babilônia. Porque são mentiras o que eles profetizam para vocês, o que os levará para longe de sua terra. Eu banirei vocês, e vocês perecerão. Mas, se alguma nação colocar o pescoço sob o jugo do rei da Babilônia e a ele se sujeitar, então deixarei aquela nação permanecer na sua própria terra para cultivá-la e nela viver’, declara o Senhor". Entreguei a mesma mensagem a Zedequias, rei de Judá, dizendo-lhe: Coloquem o pescoço sob o jugo do rei da Babilônia, sujeitem-se a ele e ao seu povo, e vocês viverão. Jeremias 27:1-12.

O contexto político e os últimos momentos do Reino do Sul estão registrados em 2 Reis 24-25.

Claudionor de Andrade descreve o castigo, o exílio e o resultado deste:

O castigo imposto por Nabucodonosor a Jerusalém foi indescritível. Seus exércitos caíram como gafanhotos sobre a Cidade Santa. Destruíram seus palácios, derribaram seus muros e deitaram por terra o Santo Templo. O mais santo dos lugares não passava, agora, de um monturo.
Doravante, andariam os judeus errantes, por 70 anos, numa terra estrangeira e idólatra. O exílio, contudo, seria mui benéfico à progênie de Abraão. A partir de seu exílio em Sinear não mais se curvaria aos falsos deuses.
(ADRADE, Claudionor de. Geografia Bíblica. 21ª ed. Rio de Janeiro, RJ: CPAD, 2008).

No Exílio Babilônico aparece o Profeta Daniel (Daniyye’l – Deus é o meu Juiz), juntamente com Ezequiel e Jeremias. Sobre este Daniel, vejamos:

Ele era jovem quando foi levado entre os deportados para a Babilônia, talvez já no início do domínio babilônico sobre Jerusalém em 605 a.C. tinha aproximadamente 80 anos, quando recebeu a visão da profecia das 70 semanas (Dn 9).
Sabe-se muito pouco acerca do sábio citado no Livro de Daniel, mas provavelmente, pelos conhecimentos que demonstrava possuir, que ele fizesse parte das camadas dominantes e dirigentes de Jerusalém, gente que os babilônios levaram como cativos.
Ele era reconhecidamente um homem de ciência, is chegou a ser conselheiro não apenas do rei babilônio Nabucodonosor, mas também do rei persa Ciro II, quando a Pérsia se transformou no novo império (Dn 1.21; 10.1).
(SANTOS, João Batista Ribeiro. Dicionário Bíblico. São Paulo: Didática Paulista, 2006).

Quanto ao Livro de Daniel, constatamos que o mesmo trata da economia divina em relação aos grandes impérios mundiais, ao mesmo tempo em que traz ânimo e esperança para o povo judeu diante das perseguições vindouras.


Por Fernando José.



Referências:
Bíblia NVI.
Bíblia Online - www.bibliaonline.com.br
Dicionário Informal -  http://www.dicionarioinformal.com.br
Lições Bíblicas CPAD - 4° Trimestre de 2014: Integridade Moral e Espiritual — O legado do livro de Daniel para a Igreja hoje.
SANTOS, João Batista Ribeiro. Atlas de Estudos Bíblicos. 2ªed. São Paulo: Didática Paulista, 2011.
ADRADE, Claudionor de. Geografia Bíblica. 21ª ed. Rio de Janeiro, RJ: CPAD, 2008.
SANTOS, João Batista Ribeiro. Dicionário Bíblico. São Paulo: Didática Paulista, 2006.





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Filosofar Cristocêntrico - Bloco 11