Segundo os relatos bíblicos, a origem de Israel vem
de Noé e seus filhos (Gn 10.21-31 e 11.10-32). Doravante, temos a chamada de
Abrão:
Então o Senhor disse a
Abrão: "Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai,
e vá para a terra que eu lhe mostrarei. “Farei de você um grande povo, e o
abençoarei”. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção. Abençoarei os
que o abençoarem, e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem; e por meio de você
todos os povos da terra serão abençoados". Partiu Abrão, como lhe ordenara
o Senhor, e Ló foi com ele. Abrão tinha setenta e cinco anos quando saiu de
Harã. Levou sua mulher Sarai, seu sobrinho Ló, todos os bens que haviam
acumulado e os seus servos, comprados em Harã; partiram para a terra de Canaã e
lá chegaram. Gênesis 12:1-5.
Um prenúncio acerca do Cativeiro Egípcio:
Então o Senhor lhe
disse: "Saiba que os seus descendentes serão estrangeiros numa terra que
não lhes pertencerá, onde também serão escravizados e oprimidos por
quatrocentos anos. Mas eu castigarei a nação a quem servirão como escravos e,
depois de tudo, sairão com muitos bens. Você, porém, irá em paz a seus
antepassados e será sepultado em boa velhice. Na quarta geração, os seus
descendentes voltarão para cá, porque a maldade dos amorreus ainda não atingiu
a medida completa". Gênesis 15:13-16.
Estevão, o diácono exemplar e aquecido pelo Espírito
Santo, deixa-nos um resumo da história israelita – de Abraão até o Cativeiro
Egípcio:
E deu a Abraão a
aliança da circuncisão. Por isso, Abraão gerou Isaque e o circuncidou oito dias
depois do seu nascimento. Mais tarde, Isaque gerou Jacó, e este os doze
patriarcas. “Os patriarcas, tendo inveja de José, venderam-no como escravo para
o Egito”. Mas Deus estava com ele e o libertou de todas as suas tribulações,
dando a José favor e sabedoria diante do faraó, rei do Egito; este o tornou
governador do Egito e de todo o seu palácio. “Depois houve fome em todo o Egito
e em Canaã, trazendo consigo grande sofrimento, e os nossos antepassados não
encontravam alimento”. Ouvindo que havia trigo no Egito, Jacó enviou nossos
antepassados em sua primeira viagem. Na segunda viagem deles, José fez-se
reconhecer por seus irmãos, e o faraó pôde conhecer a família de José. Depois
disso, José mandou buscar seu pai Jacó e toda a sua família, que eram setenta e
cinco pessoas. Então Jacó desceu ao Egito, onde faleceram ele e os nossos
antepassados. Seus corpos foram levados de volta a Siquém e colocados no túmulo
que Abraão havia comprado ali dos filhos de Hamor, por certa quantia. “Ao se
aproximar o tempo em que Deus cumpriria sua promessa a Abraão, aumentou muito o
número do nosso povo no Egito”. Então outro rei, que nada sabia a respeito de
José, passou a governar o Egito. Ele agiu traiçoeiramente para com o nosso povo
e oprimiu os nossos antepassados, obrigando-os a abandonar os seus recém-nascidos,
para que não sobrevivessem. Atos 7:8-19.
Estêvão, homem cheio da graça e do poder de Deus continua
acerca de Moisés:
Naquele tempo nasceu
Moisés, que era um menino extraordinário”. Por três meses ele foi criado na
casa de seu pai. Quando foi abandonado, a filha do faraó o tomou e o criou como
seu próprio filho. Moisés foi educado em toda a sabedoria dos egípcios e veio a
ser poderoso em palavras e obras. “Ao completar quarenta anos, Moisés decidiu
visitar seus irmãos israelitas”. Ao ver um deles sendo maltratado por um egípcio,
saiu em defesa do oprimido e o vingou, matando o egípcio. Ele pensava que seus
irmãos compreenderiam que Deus o estava usando para salvá-los, mas eles não o
compreenderam. No dia seguinte, Moisés dirigiu-se a dois israelitas que estavam
brigando, e tentou reconciliá-los, dizendo: ‘Homens, vocês são irmãos; por que
ferem um ao outro? ’ “Mas o homem que maltratava o outro empurrou Moisés e
disse: ‘Quem o nomeou líder e juiz sobre nós”? Quer matar-me como matou o
egípcio ontem? ’ Ouvindo isso, Moisés fugiu para Midiã, onde ficou morando como
estrangeiro e teve dois filhos. “Passados quarenta anos, apareceu a Moisés um
anjo nas labaredas de uma sarça em chamas no deserto, perto do monte Sinai”.
Vendo aquilo, ficou atônito. E, aproximando-se para observar, ouviu a voz do
Senhor: ‘Eu sou o Deus dos seus antepassados, o Deus de Abraão, o Deus de
Isaque e o Deus de Jacó’. Moisés, tremendo de medo, não ousava olhar. “Então o
Senhor lhe disse: ‘Tire as sandálias dos pés, porque o lugar em que você está é
terra santa”. De fato tenho visto a opressão sobre o meu povo no Egito. Ouvi
seus gemidos e desci para livrá-lo. Venha agora, e eu o enviarei de volta ao
Egito’. “Este é o mesmo Moisés que tinham rejeitado com estas palavras: ‘Quem o
nomeou líder e juiz”? ’ Ele foi enviado pelo próprio Deus para ser líder e
libertador deles, por meio do anjo que lhe tinha aparecido na sarça. Ele os
tirou de lá, fazendo maravilhas e sinais no Egito, no mar Vermelho e no deserto
durante quarenta anos. Atos 7:20-36.
O diácono cheio de graça ainda fala sobre Josué:
“No deserto os nossos
antepassados tinham o tabernáculo da aliança, que fora feito segundo a ordem de
Deus a Moisés, de acordo com o modelo que ele tinha visto”. Tendo recebido o
tabernáculo, nossos antepassados o levaram, sob a liderança de Josué, quando
tomaram a terra das nações que Deus expulsou de diante deles. Atos 7:44-45.
Sobre Josué, no processo de assentamento das tribos
de Israel, João B. Ribeiro, no Atlas de Estudos Bíblicos cita Antonius A.J.
Gunneweg:
“As
sagas de Josué pressupõem a visão histórica de uma ação militar coordenada e
vinculam os fenômenos em questão (devastações, montões de pedras) com a invasão
militar israelita.”
Entre o comando de Josué e o período dos Juízes
temos o que chamamos de Teocracia,
que pode ser assim definida:
“Período Teocrático ocorreu após Josué, onde Deus
governava através dos Juízes e se estendeu até o inicio da Monarquia quando
Saul assumiu o trono como o primeiro rei de Israel.” http://www.dicionarioinformal.com.br/
Em síntese, passando pela Monarquia no seu auge (Saul,
Davi, Salomão) vemos a sua decadência a partir do reinado de Roboão (1 Reis
14.21-31 e 2 Cr 10), vindo o cisma: Reino do Norte e Reino do Sul!
Sobre o Reino do Norte temos o seguinte:
As
narrações bíblicas sobre o Reino do Norte, a infidelidade ao Templo de
Jerusalém e a Javé, desvios de moral e justiça dos reis, principalmente da
dinastia amride, e do povo são os responsáveis pela destruição do reino,
expropriação e exílio, pela mão do exército da Assíria (...) Na verdade das
coisas, sabe-se que havia prosperidade em Israel sob Amri, e isto provocou
instabilidade social e estimulou a ambição do Império Assírio.
(SANTOS,
João
Batista Ribeiro. Atlas de Estudos Bíblicos. 2ªed. São Paulo: Didática Paulista,
2011).
Por fim o Reino do Norte cai nas mãos da Assíria,
que pode ser definida assim:
Em
toda Antiguidade, jamais houve povo, nação ou tribo tão cruel e implacável. A Assíria
não administrava a misericórdia ; espalhava o terror e a tirania. Cair em suas
mãos significava uma morte lenta e dolorosa. Os filhos de Asur eram exímios
torturadores.
Através
da História Sagrada, observa-se que o Império Assírio sempre tratou Israel de
forma desumana e impiedosa. Foi por isso que Jonas, no século VIII a.C.,
recusou-se a levar o ultimato divino à capital dos filhos de Assur – Nínive.
(...)
Sua
crueldade não conhecia limites. Esfolavam vivos os prisioneiros; cortavam-lhes
as mãos, os pés, o nariz e as orelhas; vazavam-lhes os olhos e lhes arrancavam
a língua. A fim de eternizar sua obra, os assírios faziam pirâmides com os
crânios de suas vítimas.
(...)
Em
relação aos povos conquistados, tinha a Assíria uma política implacável. Ela deportava
para outras terras as nações subjugadas, visando o extermínio espiritual, moral
e étnico destas.
(ADRADE,
Claudionor
de. Geografia Bíblica. 21ª ed. Rio de Janeiro, RJ: CPAD, 2008).
Quanto ao Reino do Sul
, vemos a vivência - em meio à fertilidade e prosperidade, desenvolvimento
econômico, produção agrícola e industrial em massa – onde reinou a apostasia quanto
à revelação divina. Vejamos as palavras de Jeremias:
"Por isso, eu ainda faço denúncias contra
vocês", diz o Senhor, “e farei denúncias contra os seus descendentes”.
Atravessem o mar até o litoral de Chipre e vejam; mandem observadores a Quedar
e reparem de perto; e vejam se alguma vez aconteceu algo assim: Alguma nação já
trocou os seus deuses? E eles nem sequer são deuses! Mas o meu povo trocou a
sua Glória por deuses inúteis. Jeremias 2:9-11.
Jeremias em suas
profecias fala acerca da importância da submissão do Reino do Sul e sobre a
instrumentalidade de Nabucodonosor, rei de Babilônia:
No início do reinado de Zedequias, filho de Josias,
rei de Judá, veio esta palavra a Jeremias da parte do Senhor: Assim me ordenou
o Senhor: "Faça para você um jugo com cordas e madeira e ponha-o sobre o
pescoço. Depois mande uma mensagem aos reis de Edom, de Moabe, de Amom, de Tiro
e de Sidom, por meio dos embaixadores que vieram a Jerusalém para ver
Zedequias, rei de Judá. Esta é a mensagem que deverão transmitir aos seus
senhores: Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: ‘Eu fiz a terra,
os seres humanos e os animais que nela estão, com o meu grande poder e com meu
braço estendido, e eu a dou a quem eu quiser. Agora, sou eu mesmo que entrego
todas essas nações nas mãos do meu servo Nabucodonosor, rei da Babilônia;
sujeitei a ele até mesmo os animais selvagens. Todas as nações estarão sujeitas
a ele, a seu filho e a seu neto; até que chegue a hora em que a terra dele seja
subjugada por muitas nações e por reis poderosos.” ‘Se, porém, alguma nação ou
reino não se sujeitar a Nabucodonosor, rei da Babilônia, nem colocar o pescoço
sob o seu jugo, eu castigarei aquela nação com a guerra, a fome e a peste’,
declara o Senhor, ‘e por meio dele eu a destruirei completamente. Não ouçam os
seus profetas, os seus adivinhos, os seus intérpretes de sonhos, os seus
médiuns e os seus feiticeiros, os quais lhes dizem para não se sujeitar ao rei
da Babilônia. Porque são mentiras o que eles profetizam para vocês, o que os
levará para longe de sua terra. Eu banirei vocês, e vocês perecerão. Mas, se
alguma nação colocar o pescoço sob o jugo do rei da Babilônia e a ele se
sujeitar, então deixarei aquela nação permanecer na sua própria terra para
cultivá-la e nela viver’, declara o Senhor". Entreguei a mesma mensagem a
Zedequias, rei de Judá, dizendo-lhe: Coloquem o pescoço sob o jugo do rei da
Babilônia, sujeitem-se a ele e ao seu povo, e vocês viverão. Jeremias 27:1-12.
O contexto político e os
últimos momentos do Reino do Sul estão registrados em 2 Reis 24-25.
Claudionor de Andrade
descreve o castigo, o exílio e o resultado deste:
O castigo imposto por Nabucodonosor a Jerusalém foi
indescritível. Seus exércitos caíram como gafanhotos sobre a Cidade Santa. Destruíram
seus palácios, derribaram seus muros e deitaram por terra o Santo Templo. O mais
santo dos lugares não passava, agora, de um monturo.
Doravante, andariam os judeus errantes, por 70 anos,
numa terra estrangeira e idólatra. O exílio, contudo, seria mui benéfico à
progênie de Abraão. A partir de seu exílio em Sinear não mais se curvaria aos
falsos deuses.
(ADRADE,
Claudionor
de. Geografia Bíblica. 21ª ed. Rio de Janeiro, RJ: CPAD, 2008).
No Exílio Babilônico
aparece o Profeta Daniel (Daniyye’l – Deus
é o meu Juiz), juntamente com Ezequiel e Jeremias. Sobre este Daniel, vejamos:
Ele
era jovem quando foi levado entre os deportados para a Babilônia, talvez já no
início do domínio babilônico sobre Jerusalém em 605 a.C. tinha aproximadamente
80 anos, quando recebeu a visão da profecia das 70 semanas (Dn 9).
Sabe-se
muito pouco acerca do sábio citado no Livro de Daniel, mas provavelmente, pelos
conhecimentos que demonstrava possuir, que ele fizesse parte das camadas
dominantes e dirigentes de Jerusalém, gente que os babilônios levaram como
cativos.
Ele
era reconhecidamente um homem de ciência, is chegou a ser conselheiro não apenas
do rei babilônio Nabucodonosor, mas também do rei persa Ciro II, quando a
Pérsia se transformou no novo império (Dn 1.21; 10.1).
(SANTOS,
João
Batista Ribeiro. Dicionário Bíblico. São Paulo: Didática Paulista, 2006).
Quanto ao Livro de Daniel, constatamos que o mesmo
trata da economia divina em relação aos grandes impérios mundiais, ao mesmo
tempo em que traz ânimo e esperança para o povo judeu diante das perseguições
vindouras.
Por Fernando José.
Referências:
Bíblia NVI.
Bíblia Online - www.bibliaonline.com.br
Dicionário Informal - http://www.dicionarioinformal.com.br
Lições Bíblicas CPAD - 4° Trimestre de 2014:
Integridade Moral e Espiritual — O legado do livro de Daniel para a Igreja hoje.
SANTOS, João
Batista Ribeiro. Atlas de Estudos Bíblicos. 2ªed. São Paulo: Didática Paulista,
2011.
ADRADE, Claudionor
de. Geografia Bíblica. 21ª ed. Rio de Janeiro, RJ: CPAD, 2008.
SANTOS, João
Batista Ribeiro. Dicionário Bíblico. São Paulo: Didática Paulista, 2006.
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