Na história relatada no capítulo 6 (seis) do Livro de Daniel
vemos qualidades na vida dos personagens que são salientes:
Dario, simpático e empático quanto a Daniel – vv. 2-3, 14,
16, 18-20, 23.
Daniel, fiel – vv. 4, 22. (ver v.23: “... porque crera no
seu Deus”).
Presidentes e Príncipes, aversos e invejosos – vv. 4-8,
11-13, 15.
Doravante, constatamos:
O agir de Deus - v. 22.
A recompensa dos injustos e invejosos – v. 24.
Louvor diante das maravilhas operadas pelo Deus de Daniel –
vv. 25-27.
É bom esclarecermos que a fidelidade de Daniel relatada no v.
4, não está relacionada à ‘fidelidade’ hodierna pregada no meio evangelical. A nossa fidelidade está baseada em fidelidade
nos dízimos e ofertas, ter poder aquisitivo, ter bens, empregados, dar mil para
ganhar 100 mil e blá-blá-blá... A fidelidade do estadista está baseada em não
ter nele erro e culpa e, crer no seu Deus. Crença é sinônimo de confiança,
otimismo, obediência, consideração, discipulado! Se esses sinônimos não forem
uma constante em nossas vidas de nada adiantarão os dízimos, os trízimos e o
dízimo dos dízimos... O cuidado de Deus para com os seus e a nossa
responsabilidade diante desse Deus vão além das falácias proclamadas em nossos
púlpitos. As nossas contribuições não são moeda de troca. O verdadeiro crente é
fiel no cotidiano e contribuinte por natureza, sem necessidade de indução,
parafernálias e engano sutil.
Flavio Josefo registra a afeição de Dario em relação a Daniel:
Dario, filho de Astíages, ao qual
os gregos dão outro nome, tinha sessenta e dois anos quando, com o auxílio de
Ciro, seu parente, destruiu o império da Babilônia. Levou consigo para a Média
o profeta Daniel e, para mostrar até que ponto o estimava, nomeou-o um dos três
governadores supremos, cujo poder se estendia sobre outros trezentos e
sessenta, pois o considerava um homem todo divino e só se aconselhava com ele
nos assuntos mais importantes.
Assim como a inveja dos políticos da época:
Os outros ministros, como
geralmente acontece na corte dos reis, não podendo tolerar que ele fosse tão
preferido, sentiram tal inveja que tudo fizeram para encontrar um motivo de
caluniá-lo. Mas isso lhes foi impossível, porque a virtude de Daniel era tão
grande e as suas mãos tão puras que ele julgava que seriam manchadas se
recebessem presentes e considerava coisa vergonhosa desejar recompensa pelo bem
que se faz. Eles, porém, não se arrependeram nem desistiram. E, faltando-lhes
outros meios, imaginaram um pelo qual, pensaram, poderiam destruí-lo.
E, consequentemente o castigo dos mesmos:
Os inimigos de Daniel, em vez de reconhecerem que Deus o
salvara por um milagre, disseram ousadamente ao rei que aquilo acontecera
porque antes se dera demasiado alimento aos leões, os quais, não tendo mais
fome, não o quiseram devorar. O rei ofendeu-se com a malícia deles e ordenou
que se desse grande quantidade de carne aos leões e que depois de eles estarem
fartos fossem atirados à cova os acusadores de Daniel, para ver se os animais
os poupariam, como diziam haverem poupado Daniel. A ordem foi imediatamente
executada, e ninguém mais pôde duvidar de que Deus salvara Daniel, porque os
leões devoraram os caluniadores com tanta avidez que pareciam os mais
esfomeados do mundo. Minha opinião, porém, é que foi o crime desses malvados, e
não a fome, o que irritou os leões contra eles, porque Deus quis que esses
animais irracionais fossem ministros de sua justiça e de sua vingança.
Por Fernando José.
Textos complementares 1
Todavia o capítulo 6 é, por muitos,
impugnado quanto à presença de Dario como reinante em Babilônia. Não poucos o
identificam com Cambises, Astíages e outros, que sucederam a Ciro, isto porque
a história não registra o seu nome. Não havia historiadores meticulosos
naqueles dias como há hoje, e para nós o relato de Daniel basta, pois é um
relato de Daniel basta, pois é um relato natural de uma testemunha presente e
que nesse reino voltou a gozar dos favores que gozara nos dias de Nabucodonosor.
(...)
Efetivamente também sentimos certa
dificuldade em entender o capitulo 6, em que Dario é a principal figura, nada
se dizendo de Ciro, mas explicação dada antes talvez sirva para esclarecer o
problema. Não padece dúvida que o rei principal era Ciro, ou pelo menos assim
parece, porque foi ele que acabou com o regime da escravidão instaurado por Nabucodonosor.
Mas, reconhecendo a dificuldade dos cronistas antigos, temos de suprir muita
coisa que nos falta. Cremos que, para o presente caso, estas explicações
bastam. Por amor da elucidação deste texto difícil, quanto à história de
Babilônia, diremos que alguns admitem ter havido dois reinos: um persa e outro
medo. A história não nos autoriza esta conclusão. A história toda, desde a
derrota da Assíria, é que dois Estados se uniram para destruir o resto do
antigo Império Assírio, de que Babilônia foi por muito tempo uma Parte. No
capítulo 6:8, medos e persas aparecem juntos, pelo que seria uma tentativa
inútil forçar a história a contar-nos de dois reinos independentes. Este
período da história de Babilônia, como, aliás, toda ela, é muito obscuro. Por
isso alguns comentadores admitem que Babilônia foi dividida em dois reinos, um medo
e outro persa, visto como, segundo Daniel, o reino foi entregue a Dario, o
Medo. Neste mesmo contexto aparecem os dois, o medo e o persa, como uma só
entidade (6:8).
MESQUITA,
Antonio Neves - Estudos no livro de Daniel (Rio de Janeiro, novembro de 1975).
Textos complementares 2
A Oração de Daniel. 6:10, 11. A reputação de
Daniel diante do próprio Deus nos céus tornou suas orações dignas de atenção e
imitação (cons. Ez. 14:14; Dn. 10:11). A sublimidade de sua corajosa fé está
reconhecida por todos os que procuram se colocar dentro da situação. Ele
manteve seus hábitos piedosos e suas crenças – como costumava fazer - diante de
um transe absolutamente insuportável – quando soube que a escritura estava
assinada. 10. Quando soube. A oração, em primeiro lugar, foi corajosa (cons.
Hus at Constance, d.C. 1415). Entrou em sua casa ... e orava. Em segundo lugar,
ela era verdadeiramente piedosa, sem exibição do heroísmo em público. Não houve
ostentação de religião. Daniel só fez o que achou que era certo (cons. Tg, 1: 27; Mt, 6: 5 e segs.). Em terceiro lugar,
foi uma oração de acordo com as Escrituras.
Comentário
Bíblico Moody
Referências:
Lições
Bíblicas CPAD - 4° Trimestre de 2014: Integridade Moral e Espiritual — O legado
do livro de Daniel para a Igreja hoje.
Comentário Bíblico
Moody.
JOSEFO, Flavio.
HISTÓRIA dos HEBREUS - De Abraão à queda de Jerusalém. 8ª edição, CPAD - Rio de
Janeiro, RJ: 2004.
MESQUITA, Antonio
Neves - Estudos no livro de Daniel (Rio de Janeiro, novembro de 1975).
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