segunda-feira, 31 de outubro de 2016

#VC9 - SAL E LUZ






VISÃO CRISTOCÊNTRICA (9): SAL E LUZ



Mateus 5 
13 - Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nade mais presta, senão para ser lançar fora e ser pisado pelo homens. 
14 - Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; 
15 - nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire mas, no velador, e dá luz a todos que estão na casa. 
16 - Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus. 
Romanos 12 
1 - Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. 
2 - E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. 


I. O CRISTÃO COMO SAL DA TERRA 

O SAL QUE, NOS TEMPOS ANTIGOS, JÁ FOI CONSIDERADOCOMO ARTIGO DE LUXO (“OURO BRANCO”), AGE COM A CAPACIDAE DE DESTRUIR OS MICRÓBIOS, TENDO COMO UMA DE FUNÇÕES, DESINFECTAR! 

CONSIDERAÇÕES SOBRE O SAL: 

* DEVE SER USADO EM QUANTIDADE HARMÔNICA. EM BOA PROPORÇÃO. 
*SEU GASTO DEVE SER EM JUSTA MEDIDA. 
*DEVE SER APRECIADO COM PRUDÊNCIA. 


Os médicos aconselham que devemos reduzir o consumo de sal, para prevenir doenças no coração, principalmente a hipertensão (pressão alta), porém na maioria dos casos de hipertensão, a redução de sal na alimentação apenas ajuda. A elevada ingestão de sal de cozinha faz com que o organismo retenha mais líquido e aumente seu volume, podendo elevar a pressão sanguínea causando a hipertensão que é responsável pelo infarto e a AVC (Acidente Vascular Cerebral), além disso, o excesso de sal pode também prejudicar os rins.
Não é somente diminuir o sal dos alimentos, deve-se também observar que vários alimentos industrializados possuem sal como, por exemplo: pães, queijos, cereais, bolachas, enlatados, etc.

Fonte: http://www.viaki.com/home/saude/sal.php



COMPARANDO COM O DISCÍPULO: AO APRENDIZ É DADO O ESPÍRITO, O MESMO SE MOVE /AGE NO INSTRUÍDO, CONCEDENDO-LHES DONS (1 Co 12.7-11) “PARA O QUE FOR ÚTIL”, E, “O MESMO ESPÍRITO OPERA TODAS ESTAS COISAS”. RESUMINDO: O ESPÍRITO QUE DÁ E OPERA O FAZ COM EQUILÍBRIO, PRUDÊNCIA, MODERAÇÃO, BEM APLICADO. SE ASSIM É, TRANSMITIREMOS AS QUALIDADES SUPRACITADAS. 


SIMBOLOGIA DO SAL / VIDA DO DISCÍPULO DE CRISTO: 

A. PRESERVAÇÃO – ATRAVÉS DO DISCÍPULO HÁ PREVENÇÃO, HÁ LIVRAMENTO DE ALGUM MAL (Tg 5.20).

B. FIDELIDADE E CONSTÂNCIA – O VERDADEIRO DISCÍPULO É REGULAR, FREQUENTE, PERSISTENTE, TEM FRANQUEZA, SINCERIDADE. É EXATO, FIRME, MERECE CRÉDITO. CUMPRE O PROMETIDO. Ver 1 Co 15.58

C. HOSPITALIDADE (SAL DA AMIZADE) – ACOLHER QUEM PRECISA (Cf. Rm 12.13; Cl 2.14; Hb 13 2; 1 Pe 4.9). 



II. O CRISTÃO COMO LUZ DO MUNDO 

A LUZ DOS DISCÍPULOS É SENSÍVEL AO OLHO HUMANO, POIS, OS DEMAIS SENTEM, PERCEBEM E APRECIAM... 
HÁ UM BRILHO, UMA LUZ VIVA, UM ESPLENDOR DE GLÓRIA O CERCA. 
O DISCÍPULO REFLETE, DÁ COR, FAZ SURGIR! TEM UMA VIBRAÇÃO ESPIRITUAL, DIVINA. 
SUA LUZ TEM UMA FONTE: DEUS (DE ONDE SAI) Tg 1.17. 

OS DISCÍPULOS, SENDO LUZ, TRAZEM: 

*** ESCLARECIMENTOS – EXPLICAM A NORMA QUE É TIDA POR VERDADEIRA. 
*** COMPREENSÃO – ELES TÊM PERCEPÇÃO. VER 1 Jo 2. 20, 27. 
*** INTENSIDADE – ESTÃO EM ATIVIDADE, SE ESFORÇAM, SÃO FORTES... 


SENDO ASSIM, OS DISCÍPULOS PRODUZEM RESULTADOS, COM FIRMEZA DE VONTADE! 


Por Fernando José 


BIBLIOGRAFIA:
Mini Aurélio Século XXI (Ed. Nova Fronteira)
VINE, W.E., Merril F. Unger e William White Jr. Dicionário Vine: o significado exegético e expositivo das palavras do Antigo e do Novo Testamento. (CPAD, 2006).
http://www.viaki.com/home/saude/sal.php - Acesso em 06/09/2015.




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segunda-feira, 24 de outubro de 2016

#VC8 - ALTRUÍSMO E COMPROMISSO





VISÃO CRISTOCÊNTRICA (8): ALTRUÍSMO E COMPROMISSO.



1. ALTRUÍSMO

ALTRUÍSMO É O AMOR DISPOSTO A APOIAR E AJUDAR.
ESTAR DISPOSTO É COLOCAR-SE NO POSTO EXATO, ESTAR NO LUGAR CORRETO, BEM SITUADO, PARA QUE, QUANDO A VOZ FOR DIRECIONADA, POSSA SER OUVIDA/CUMPRIDA... SE, AO SER ECOADA A VOZ, NÃO NOS ENCONTRARMOS NO LUGAR, A RESPOSTA SERÁ: “ESPERE AÍ!”. DE OUTRA FORMA HAVERÁ CORRESPONDÊNCIA: “EIS-ME AQUI!”. 



2. COMPROMISSO

COMPROMISSO DE CRIAR MEIOS PARA AUXILIAR, ALIVIAR A CARGA DOS DEMAIS: 

Evangelizar é difundir as boas novas de que Jesus Cristo morreu por nossos pecados e ressuscitou segundo as Escrituras, e de que, como Senhor e Rei, ele agora oferece o perdão dos pecados e o dom libertador do Espírito a todos os que se arrependem e creem. (...) Os resultados da evangelização incluem a obediência a Cristo, o ingresso em sua igreja e um serviço responsável no mundo. (PACTO DE LAUSANNE, ARTIGO 4°). 

O alvo deve ser o de conseguir por todos os meios possíveis e no menor espaço de tempo, que toda pessoa tenha a oportunidade de ouvir, de compreender e de receber as boas novas. Não podemos esperar atingir esse alvo sem sacrifício. Todos nós estamos chocados com a pobreza de milhões de pessoas, e conturbados pelas injustiças que a provocam. Aqueles dentre nós que vivem em meio à opulência aceitam como obrigação sua desenvolver um estilo de vida simples a fim de contribuir mais generosamente tanto para aliviar os necessitados como para a evangelização deles. (PACTO DE LAUSANNE, ARTIGO 9°). 

COMPROMISSO É AGIR COM DILIGÊNCIA, ESFORÇANDO-NOS PARA SEGUIR A CAMINHADA, DE FORMA SEMELHANTE A QUEM DEU O MAIOR EXEMPLO (QUE DEVE SER IMITADO) JOÃO 13.15.



PARA CONCLUIRMOS, DEIXO ABAIXO UM TRECHO DO LIVRO MESTRE DOS MESTRES DE AUGUSTO CURY, QUE FALA SOBRE ESSE EXEMPLO MAIOR: 

ÀQUELA ALTURA, CRISTO ERA PROFUNDAMENTE EXALTADO E ADMIRADO PELOS DISCÍPULOS. TODA PESSOA SUPER ADMIRADA FICA MUITO DISTANTE DAQUELES QUE A EXALTAM. ELE TINHA GRANDE POPULARIDADE, AS MULTIDÕES O SEGUIAM ATÔNITAS. OS DISCÍPULOS, POR SUA VEZ, ESTAVAM EXTASIADOS POR SEGUIR UM HOMEM TÃO PODEROSO, A QUEM CONFERIAM NADA MENOS QUE O STATUS SE DEUS. OS IMPERADORES ROMANOS QUERIAM DESESPERADAMENTE UM POUCO DESSE STATUS E, PARA TANTO, USAVAM A VIOLÊNCIA. CRISTO ADQUIRIU ESSE STATUS ESPONTANEAMENTE. SEUS DISCÍPULOS O CONSIDERAVAM TÃO GRANDE QUE PARA ELES CRISTO ESTAVA NOS “CÉUS” E ELES ESTAVAM AQUI NA TERRA COMO SIMPLES APRENDIZES, SERVOS. 
DIANTE DISSO, CHEGOU O MOMENTO DE ESSE MESTRE INTRIGANTE DAR-LHES UMA LIÇÃO INESQUECÍVEL. QUANDO TODOS O COLOCAVAM NAS ALTURAS, INATINGÍVEL, ELE SUBITAMENTE SE INCLINOU EM SILÊNCIO, CHEGANDO AO NÍVEL DOS PÉS DOS SEUS DISCÍPULOS. TOMOU CALMAMENTE UMA TOALHA, COLOCOU-A SOBRE OS OMBROS, PEGOU UMA BACIA DE ÁGUA E, SEM DIZER PALAVRA ALGUMA, COMEÇOU A LAVAR OS PÉS DELES (JOÃO 13. 4-5) (...) NUNCA HOUVE QUEM, SENDO CONSIDERADO TÃO GRANDE, SE FIZESSE TÃO PEQUENO. NUNCA NINGUÉM COM O INDESCRITÍVEL STATUS DE DEUS FEZ UM GESTO TÃO HUMILDE E SINGELO! NUNCA O SILÊNCIO FOI TÃO ELOQUENTE... TODOS OS DISCÍPULOS FICARAM PERPLEXOS COM AQUELA ATITUDE. (Ed. Sextante- pp.181,182) .


por Fernando José.




BIBLIOGRAFIA: 
PACTO DE LAUSANNE [Lausanne, Suíça, 1974]
CURY, Augusto. MESTRE DOS MESTRES - (Ed. Sextante) .
Mini Aurélio Século XXI (Ed. Nova Fronteira).





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segunda-feira, 17 de outubro de 2016

#VC7 - DOUTRINA





VISÃO CRISTOCÊNTRICA (7): DOUTRINA



Segundo o Mini Aurélio Século XXI (Ed. Nova Fronteira), ‘Doutrina’ é: “conjunto de princípios que servem de base a um sistema filosófico, científico, etc.; ensinamento.” 


A Bíblia traz referências a falsas doutrinas: 

“... para proferir erros contra o Senhor...” (Isaías 32.6). 
“... da doutrina dos fariseus.” (Mateus 16.12). 
“... filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo...” (Colossenses 2.8). 
“... por doutrinas várias e estranhas...” (Hebreus 13.9). 

==> Ver ainda: Apocalipse 2.14, 15

Já em Deuteronômio 32.2 a Doutrina Verdadeira se compara a gotas da chuva, ou, como o orvalho que caem sobre as ervas e vegetação nos campos, a fim, de trazer vigor, vitalidade e fertilidade. 

A Doutrina de Deus é “qual orvalho que dá vida às flores” (Harpa Cristã 296). 

DOUTRINA (Gr. didache) nos traz a idéia de: 

- mestre/doutor; 
- instrução; 
- aquilo que é ensinado com autoridade - e traz admiração. Confira Mateus 7.28
- ensinar. 

COMO A DOUTRINA NOS ALCANÇA? 

Na Doutrina, aquele que comunica (ensinador) fala, afirma e proclama com um propósito: fazer com que o ensinado venha conhecer, aceitar e viver em harmonia com Deus (dono da Doutrina) e com o próximo (co-participantes da Doutrina). É mais ou menos assim: 

EU OUÇO A PALAVRA. POR ELA SOU FEITO NOVA CRIATURA. SENDO ASSIM, SOU EQUIPADO, PELAS ESCRITURAS, PARA PRODUZIR BOAS OBRAS.


UTILIDADE DAS ESCRITURAS 

A Escritura é proveitosa (õphelimos). Útil e lucrativa para: 

- dar instrução; 
- treinar; 
- informar; 
- anunciar; 
- expor; 
- condenar o erro; 
- mostrar onde nossa direção ou rumo está em discórdia ou lutando com os caminhos de Deus; 
- restaurar; 
- fazer direito; 
- melhorar vida; 
- melhorar caráter; 
- disciplinar; 
- regular; 
- transmitir conhecimentos acerca do que é direito, induzindo-nos a fazê-lo. 


Por Fernando José 


BIBLIOGRAFIA:
Mini Aurélio Século XXI (Ed. Nova Fronteira)
VINE, W.E., Merril F. Unger e William White Jr. Dicionário Vine: o significado exegético e expositivo das palavras do Antigo e do Novo Testamento. (CPAD, 2006).




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segunda-feira, 10 de outubro de 2016

#VC6 - VIUVEZ






VISÃO CRISTOCÊNTRICA (6): VIUVEZ


Viúva (Heb. ‘almãnãh, Gr. chera).

O estado de viuvez se dá quando o homem ou mulher passa pela separação, da morte, do seu cônjuge, e, não volta a casar. Vemos nas Sagradas Escrituras, exemplos relacionados a esta situação:

Noemi, Rute e Orfa.

E sucedeu que, nos dias em que os juízes julgavam, houve uma fome na terra; por isso um homem de Belém de Judá saiu a peregrinar nos campos de Moabe, ele e sua mulher, e seus dois filhos; E era o nome deste homem Elimeleque, e o de sua mulher Noemi, e os de seus dois filhos Malom e Quiliom, efrateus, de Belém de Judá; e chegaram aos campos de Moabe, e ficaram ali. E morreu Elimeleque, marido de Noemi; e ficou ela com os seus dois filhos, Os quais tomaram para si mulheres moabitas; e era o nome de uma Orfa, e o da outra Rute; e ficaram ali quase dez anos. E morreram também ambos, Malom e Quiliom, ficando assim a mulher desamparada dos seus dois filhos e de seu marido. Rute 1:1-5

A viúva de Sarepta.

Então veio a ele a palavra do SENHOR, dizendo: Levanta-te, e vai para Sarepta, que é de Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei ali a uma mulher viúva que te sustente. Então ele se levantou, e foi a Sarepta; e, chegando à porta da cidade, eis que estava ali uma mulher viúva apanhando lenha; e ele a chamou, e lhe disse: Traze-me, peço-te, num vaso um pouco de água que beba. E, indo ela a trazê-la, ele a chamou e lhe disse: Traze-me agora também um bocado de pão na tua mão. Porém ela disse: Vive o SENHOR teu Deus, que nem um bolo tenho, senão somente um punhado de farinha numa panela, e um pouco de azeite numa botija; e vês aqui apanhei dois cavacos, e vou prepará-lo para mim e para o meu filho, para que o comamos, e morramos. E Elias lhe disse: Não temas; vai, faze conforme a tua palavra; porém faze dele primeiro para mim um bolo pequeno, e traze-o aqui; depois farás para ti e para teu filho. Porque assim diz o SENHOR Deus de Israel: A farinha da panela não se acabará, e o azeite da botija não faltará até ao dia em que o SENHOR dê chuva sobre a terra. E ela foi e fez conforme a palavra de Elias; e assim comeu ela, e ele, e a sua casa muitos dias. Da panela a farinha não se acabou, e da botija o azeite não faltou; conforme a palavra do SENHOR, que ele falara pelo ministério de Elias. E depois destas coisas sucedeu que adoeceu o filho desta mulher, dona da casa; e a sua doença se agravou muito, até que nele nenhum fôlego ficou. Então ela disse a Elias: Que tenho eu contigo, homem de Deus? vieste tu a mim para trazeres à memória a minha iniquidade, e matares a meu filho? E ele disse: Dá-me o teu filho. E ele o tomou do seu regaço, e o levou para cima, ao quarto, onde ele mesmo habitava, e o deitou em sua cama, E clamou ao SENHOR, e disse: O SENHOR meu Deus, também até a esta viúva, com quem me hospedo, afligiste, matando-lhe o filho? Então se estendeu sobre o menino três vezes, e clamou ao SENHOR, e disse: O SENHOR meu Deus, rogo-te que a alma deste menino torne a entrar nele. E o SENHOR ouviu a voz de Elias; e a alma do menino tornou a entrar nele, e reviveu. E Elias tomou o menino, e o trouxe do quarto à casa, e o deu a sua mãe; e disse Elias: Vês aí, teu filho vive. Então a mulher disse a Elias: Nisto conheço agora que tu és homem de Deus, e que a palavra do SENHOR na tua boca é verdade. 1 Reis 17:8-24

A viúva do azeite.

E uma mulher, das mulheres dos filhos dos profetas, clamou a Eliseu, dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que o teu servo temia ao SENHOR; e veio o credor, para levar os meus dois filhos para serem servos. E Eliseu lhe disse: Que te hei de fazer? Dize-me que é o que tens em casa. E ela disse: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite. Então disse ele: Vai, pede emprestadas, de todos os teus vizinhos, vasilhas vazias, não poucas. Então entra, e fecha a porta sobre ti, e sobre teus filhos, e deita o azeite em todas aquelas vasilhas, e põe à parte a que estiver cheia. Partiu, pois, dele, e fechou a porta sobre si e sobre seus filhos; e eles lhe traziam as vasilhas, e ela as enchia. E sucedeu que, cheias que foram as vasilhas, disse a seu filho: Traze-me ainda uma vasilha. Porém ele lhe disse: Não há mais vasilha alguma. Então o azeite parou. Então veio ela, e o fez saber ao homem de Deus; e disse ele: Vai, vende o azeite, e paga a tua dívida; e tu e teus filhos vivei do resto. 2 Reis 4:1-7

Estar em estado de viuvez sempre foi considerado, no decorrer dos tempos, como sinônimo de sofrimento, desamparo, separação, enfim, “não ter nada”. Para a mulher a situação sempre foi mais complicada: o marido morre, logo, sua posição socioeconômica decai, e ainda, nos tempos do A.T. a situação se agravava se o marido deixasse-a sem filhos, o que era considerado como desgraça, desvantagem, sorte infeliz... Para reverter à situação, se a viúva vivesse de acordo com o pacto judaico (A.T.), ela retornaria para a casa paterna a fim de se sujeitar ao LEVIRATO, descrito em Deuteronômio 25. 5-10:

Quando irmãos morarem juntos, e um deles morrer, e não tiver filho, então a mulher do falecido não se casará com homem estranho, de fora; seu cunhado estará com ela, e a receberá por mulher, e fará a obrigação de cunhado para com ela. E o primogênito que ela lhe der será sucessor do nome do seu irmão falecido, para que o seu nome não se apague em Israel. Porém, se o homem não quiser tomar sua cunhada, esta subirá à porta dos anciãos, e dirá: Meu cunhado recusa suscitar a seu irmão nome em Israel; não quer cumprir para comigo o dever de cunhado. Então os anciãos da sua cidade o chamarão, e com ele falarão; e, se ele persistir, e disser: Não quero tomá-la; Então sua cunhada se chegará a ele na presença dos anciãos, e lhe descalçará o sapato do pé, e lhe cuspirá no rosto, e protestará, e dirá: Assim se fará ao homem que não edificar a casa de seu irmão; E o seu nome se chamará em Israel: A casa do descalçado.

Esse código tinha por objetivo remover a desgraça da viúva (que no momento estava sem marido e sem filhos). Sendo assim, um irmão do falecido (ou um parente próximo) estabelece a relação matrimonial com a viúva a fim dar apoio a mesma, gerando filhos em nome do falecido. Poderia até mesmo não haver sentimento entre ambos, mas, a herança (posses, terras, etc.) assim como a descendência “não podia faltar”. Temos então, aqui, uma forma de amparo a viúva.

Ainda sobre o assunto, temos uma 2ª (segunda) forma de amparo a viuvez, na Lei dada por Deus, veja:

A nenhuma viúva nem órfão afligireis. Êxodo 22:22

...tratai da causa das viúvas. Isaías 1:17

A 3ª (terceira) alternativa (não exatamente nesta ordem) que temos como referência é o próprio Deus:

Pois o SENHOR vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas; Que faz justiça... à viúva... Deuteronômio 10:17-18

Pai de órfãos e juiz de viúvas é Deus, no seu lugar santo. Salmos 68:5

O SENHOR guarda os estrangeiros; sustém o órfão e a viúva, mas transtorna o caminho dos ímpios. Salmos 146:9

Deixa os teus órfãos, eu os guardarei em vida; e as tuas viúvas confiem em mim. Jeremias 49:11

Por fim, nos dias de hoje, seguindo os melhores exemplos da igreja primitiva, a Igreja não se ocupará tão somente com a espiritualidade, cultos, liturgias, etc. também terá um ministério cotidiano que se ocupará com as questões financeiras e administrativas que envolverão os necessitados. Não falamos aqui somente de viúvas (estas terão que ser qualificadas: 1 Timóteo 5.3-7), tem também os órfãos, os que tem carência financeira, os estrangeiros - aqueles que estão em sua cidade, mas, não são da sua cidade, que estão “sem eira nem beira”, sem saber o que fazer, nem para onde ir! A Igreja que possui a verdadeira fonte de recursos para a família, ajudará (sem caminhos burocráticos) os que são desprezados. É responsabilidade (Dela) apoiar e sustentar segundo as qualificações e conforme o acordado no momento. Ela terá a responsabilidade de ser, para quem precisa, o antônimo de sofrimento e desamparo no mundo hodierno.



Por Fernando José, em Julho/2012. Revisado em Setembro/2016.



Bibliografia:

Bíblia Thompson – ECA (Ed. Vida).
Mini Aurélio (Ed. Nova Fronteira, 2000).
VINE, W.E., Merril F. Unger e William White Jr. Dicionário Vine: o significado exegético e expositivo das palavras do Antigo e do Novo Testamento. (CPAD, 2006).
STERN, David H. Comentário Judaico do Novo Testamento (Ed. Templus, 2008)
BENTHO, Esdras Costa. A família no Antigo Testamento: História & Sociologia, CPAD.


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segunda-feira, 3 de outubro de 2016

#VC5 - VIOLÊNCIA






VISÃO CRISTOCÊNTRICA (5): VIOLÊNCIA



VIOLÊNCIA pode ser considerada como:

Infração a lei.
Transgressão.
Intenção de fazer o mal, prejudicar.
Grande injustiça.
Ação negligente ou imprudente que causa dano a outra pessoa.
Passar dos limites, violando a lei.
Praticar/exercitar o que é errado.
Conformidade com o erro.
Não fazer de acordo com o que é reto.
Atitude voluntária de desrespeito contra aquilo que é reconhecido como lei.

Temos em Gênesis 6 as primeiras referências a Violência:

A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência. E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra.  Então disse Deus a Noé: O fim de toda a carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra. Gênesis 6:11-13

Citemos alguns TIPOS DE VIOLÊNCIA:

  1. FÍSICA: que tem como característica o ferimento em qualquer parte do corpo de uma pessoa com as mãos, pés ou coisas, peças, matérias, etc.

  1. EMOCIONAL: atitudes que expressam gestos de rejeição com o objetivo de humilhar, prejudicar a imagem e o humor de outrem. Pode ser VERBAL (usa-se palavras para ridicularizar, ameaçar, insultar...) ou NÃO-VERBAL (agressividade através do corpo, olhar, indiferença, gestos, silêncio, etc.).

  1. SEXUAL: contato sexual que causa danos físicos e emocionais. Exemplos: ASSÉDIO, ABUSO, VIOLAÇÃO, INCESTO...

  1. DE PROPRIEDADE: vai de encontro à propriedade e aos pertences.


Agora vamos às FORMAS DE VIOLÊNCIA (ou, criminalidade):

  1. TRÁFICO (drogas, materiais, pessoas...).

  1. TERRORISMO.

  1. CRIME ORGANIZADO.

  1. ABUSO SEXUAL.

  1. ATAQUES ÀS NORMAS E À ORDEM PÚBLICA.

  1. DELINQUÊNCIA JUVENIL (gangues, quadrilhas...): surge da fusão do alto nível de prosperidade de um lugar, sua pobreza e o querer conseguir bens de qualquer forma.

  1. RACISMO.


Para o VINE, VIOLÊNCIA é ”... rompimento da ordem das coisas divinamente estabelecidas” (VINE – CPAD, 2006). Ainda sobre a violência, assim escreveu o Rev. Hernandes Dias Lopes: “A depravação moral pode ser vista (...) na violência urbana: as cidades tornaram-se campo de barbárie...” (A Segunda Vinda de Cristo: Nossa Esperança – Hagnus, 2010)


REFERÊNCIAS BÍBLICAS SOBRE O TERMO “VIOLÊNCIA”:

A terra cheia de violência nos dias de Noé:

Então disse Deus a Noé: O fim de toda a carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra.Gênesis 6:13

Violência nos dias de Jó:

Roubam os rebanhos, e os apascentam. Do órfão levam o jumento; tomam em penhor o boi da viúva. Desviam do caminho os necessitados;  Jó 24:2-4

O Livro de Salmos retrata a violência:

Pois tenho visto violência e contenda na cidade. Salmos 55:9

Vestem-se de violência como de adorno. Salmos 73:6

Violência no Livro de Provérbios:

Pois não dormem, se não fizerem mal, e foge deles o sono se não fizerem alguém tropeçar.  Porque comem o pão da impiedade, e bebem o vinho da violência. Provérbios 4:16-17

A IGREJA X A VIOLÊNCIA

A Igreja é aquela que revela as várias formas da sabedoria de Deus (Efésios 3:10), com isso, podemos inferir que fica a cargo dela (já que é a representante de Deus na Terra) o fazer justiça aos sem pai, sem mãe e aos oprimidos (àqueles que sofrem violência). Ela é o Porto da Graça. A Igreja trabalha prevenindo, afim de que a violência seja evitada. Ela tem a virtude de dar forma a sociedade, criar meios de amparar os oprimidos, pôr as coisas sociais em ordem, preparar um povo (outrora violento) para sentir, se envolver com um Espírito que age sem violência, servindo a Deus que promove a paz que é a ausência de violência, perturbações, conflitos, desassossego...

Vejamos o seguinte trecho bíblico:

E eis que se levantou um certo doutor da lei, tentando-o, e dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? E ele lhe disse: Que está escrito na lei? Como lês? E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.  E disse-lhe: Respondeste bem; faze isso, e viverás. Ele, porém, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo? E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram, e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto. E, ocasionalmente descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo. E de igual modo também um levita, chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de largo. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão; E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele; E, partindo no outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que de mais gastares eu te pagarei quando voltar. Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? E ele disse:  O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai, e faze da mesma maneira. Lucas 10:25-37

Com esse exemplo faremos um paralelo com a Igreja, que tem um papel acolhedor quanto às vítimas da violência. Um homem (comum, desconhecido) percorre seu caminho de aproximadamente 24 km (Jerusalém – Jericó). Ele descia esse caminho, descendo encontrou bandidos; ladrões que o saquearam mediante violência, com espancamento levaram-no a perder o que tinha. Saíram, pois, os salteadores deixando para trás o certo homem, abandonado. Neste momento, pelo mesmo caminho, passa um sacerdote (aquele que oferece sacrifícios, representante de todo o povo) e vem por longe. Também passou pelo mesmo caminho um levita (um daqueles escolhidos por Deus para servir no Tabernáculo), este, também, atravessou seu percurso de longe. Por fim, vem um samaritano (habitante de Samaria, desprezado pelos judeus, tido como idólatra, politeísta...); enquanto os outros viram e passaram de longe, ele se aproxima, cuida, traz a cura, dá transporte, dá hospedagem e, ainda pagará o que vier a ser usado na convalescença.

Tomemos como exemplo este fato. A Igreja é considerada, biblicamente, como ”sacerdócio santo” - que oferece sacrifícios, intercede pelo povo, e, como levita foi “chamada para fora” do mundo para servir. Mas, não podemos perder o foco. Não nos embaracemos “passando de longe” quanto aos oprimidos, aos que sofrem violência. Servir a Deus é servir ao necessitado. Temos esquecido isso constantemente; essa nossa “amnésia santa” está nos atrapalhando. Deixemos de lado os que viram e passaram de longe e sigamos o exemplo do menosprezado samaritano - que se aproximou e agiu. Deus quer usar a Igreja no seu papel acolhedor. Ele quer mostrar que, através da justiça da Igreja, a violência pode ser evitada. Ele quer mostrar que, quando igrejas de inúmeros lugares, se juntam em oração e clamor, Ele traz a paz e intervém, evitando o pior.


Por Fernando José, em Julho/2012. Revisado em Setembro/2016.



Bibliografia:

Mini Aurélio (Ed. Nova Fronteira, 2000).
VINE, W.E., Merril F. Unger e William White Jr. Dicionário Vine: o significado exegético e expositivo das palavras do Antigo e do Novo Testamento. (CPAD, 2006).
LOPES, Hernandes Dias. A Segunda Vinda de Cristo: Nossa Esperança – Hagnus, 2010



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sábado, 1 de outubro de 2016

Resenha: O Fator Melquisedeque






RICHARDSON, Don. O Fator Melquisedeque: o testemunho de Deus nas culturas através do mundo (3ª edição revisada, Vida Nova: 2008 - Tradução de Neide Siqueira). Título original: Eternit in their hearts.



O livro tem um conteúdo puramente missiológico - e porque não dizer que também é antropológico em suas páginas? - utiliza histórias verídicas da literatura religiosa e cultural dos povos mostrando que Deus dá testemunho de sua soberania, deixando rastros de sua revelação, no decorrer dos tempos, e isso com relação aos povos de diversas tribos e nações.
Em O fator Melquisedeque, Don Richardson tenta interligar o que Deus revelou de forma geral (fator Melquisedeque) com a revelação especial (fator Abraão), mostrando que os mesmos fatores mesclam-se entre os povos no desenrolar da história. O autor mostra, logo de início, que Deus manifesta-se, desde a antiguidade, em meio aos ‘pagãos’, citando exemplos com base histórica a começar de duas narrações tradicionais: os atenienses (Epimênides apresenta um Deus desconhecido) e os cananeus (Melquisedeque encontrando-se com Abrão fala sobre um Deus que ele representa: o Deus Altíssimo, que é o mesmo Javé do pai da fé). Logo após, Don Richardson cita sistemas de fé singulares e diversos dentro das inúmeras sociedades do mundo, que possuem tradições antigas que acentuam com o Evangelho a exemplo dos incas, santal, gedeo, mbaka, etc. 
Vemos um exemplo impressionante de crença referente aos chineses e coreanos, onde vemos vestígios do Deus desconhecido, que eles chamavam de Shang-Ti/Hananim (o Senhor do Céu), que foi considerado o único objeto de fé antes dos sistemas filosóficos ou qualquer religião serem estabelecidos (Confucionismo, Taoísmo, Budismo...). Deixaram o Senhor do Céu gradualmente enquanto desenvolviam-se ensinos como forma de preencher o espaço vazio; esses ensinos referiam-se à melhoria de vida na terra, humanismo, magia, misticismo, celibato, inacessibilidade a Deus – pois o contato com o Deus do céu ficaria a cargo do intercessor deles, o imperador. Implantaram a base para a prática da adoração das divindades, indo de encontro ao que Gautama (que era indiano) pregava. Mas, apesar do afastamento, a memória de Shang-Ti/Hananim, com o passar do tempo, é mais uma vez testemunhada e reinterada pelos emissários cristãos, que por falta de conhecimento quanto à cultura e daquele sistema de fé, fizeram exposição da revelação de forma errada, errando o alvo. Mesmo assim, em meio às confusões e inconveniências, houve progresso nas missões protestantes!
Outro ponto a ser observado em O fator Melquisedeque e que é abordado de forma grandiosa é o uso da estratégia concernente à identificação de Deus, de forma clara, para os pagãos – algo que vem sendo usado desde os primórdios. Don Richardson deixa evidente que Deus atinou a percepção espiritual dos impérios e povos antigos deixando vestígios da sua universalidade, perfeição, luz e poder, de forma a preparar os grupos remotos para a recepção futura do Evangelho, cabendo ao missionário experimentar o fenômeno – peculiar em cada cultura - com sabedoria, estudo e postura definida, a fim de evitar falsidades e distorções que desvie a mensagem e embarace o mensageiro. O evangelista agirá compreendendo os aspectos relativos ao contexto cultural e espiritual de um povo, compreendendo o sentido das tradições, ajustando-se as necessidades, sabendo que o evangelho não anula, e sim cumpre os componentes redentores de ilhares de outras culturas.
Mais uma história descreve as semelhanças entre a tradição antiga - religiosa e popular – dos Karen e o conceito e o conceito de Deus único impresso no Livro Sagrado. Há um paralelo entre o ensino dos Karen e o padrão das Escrituras: Deus, o Criador (Y’wa), a serpente (Mu-aw-lee), Adão (Tha-nai), Eva (Ee-u), nats (demônios)...!
No demais, os sistemas de fé dentro das inúmeras sociedades do mundo, de alguma forma, exaltam ao Criador, através de hinos e de suas tradições que falam sobre o povo que experimenta o distanciamento de Deus e a situação aflitiva ocasionada pela transgressão, apresentando costumes bíblicos, buscando o livro perdido, fazendo reuniões - ainda que não muito claras - para adorar o Deus verdadeiro, praticando guerra à idolatria, utilizando provérbios que fazem convocação a honrar os pais, o amor a Deus e ao próximo, arrependimento, perdão, oração... Expressando a escolha divina e o seu amor por uma nação em particular, a esperança e a volta final do Deus sublime e, para muitos, desconhecido!


Por Fernando José. 




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