domingo, 28 de agosto de 2016

Os pregadores, as coisas viáveis que substituem a pregação e a "descristificação" do Cristo.




Lembro-me que pregador bom, pelo menos a nível pentecostal, tinha sermões com duração de até 2 horas, e o auditório ainda tinha disposição para mais um pouco no final! Isso nas décadas anteriores aos anos 2000, pois, de lá pra cá, muita coisa mudou - na realidade, a cada década o "evangelho" muda. "Cantar eh mais fácil que pregar", assim como as diversas apresentações são mais viáveis, isso é o que fica claro ao ver as atitudes dos líderes  denominacionais , de louvores, dos que cantam , etc. Pregar, principalmente expositivamente, requer trabalho, minúcia, esmero... Isso não é para nós, imediatistas, e triunfalistas de plantão. Gastamos todo o tempo da adoração templária a Deus com disparates, anormalidades, cânticos mal formulados e mal cantados com nota zero no que diz respeito a cunho teológico. É um monte de pregadores que ganham tempo perdendo tempo "louvando" no horário propício para fazer o que foi chamado para fazer: Pregar. Não se tem em mente que LOUVAR é ANUNCIAR, anunciar Deus, sobre Deus, as boas coisas. Não há um consenso, a regra é: "sua casa, suas regras"; e Cristo? Ah, Cristo fica pra depois, se der tempo... Doutrina virou costumes obsoletos, regras de um líder estereotipado que fundou uma  denominação que tenderá a ser estereotipada. Todos querem ser diferentes, todos querem sair na frente e isso em detrimento ao que é original, bíblico, espiritual, real e amoroso! Enfim, estamos indo de encontro aos princípios Cristocêntricos. Cristo não é cristianismo - uma verdade que fazemos questão de esconder. E, nossas denominações são apenas nossas denominações - que podem vir a deixar de existir a qualquer momento. Pra finalizar, eu estava com um pregador aqui onde resido no momento, aí ele olhou ao redor e constatou que há muitas igrejas. Ele falou: É, vou abrir uma igreja aqui também. Retruquei: É, Jesus tem uma, o que tem você ter uma também? Brincadeiras à parte, quem não  quer, nos tempos hodiernos, ser um Don Corleone de um templo evangélico pentecostal reformado da visão de cima renovada qualquer dessa vida nossa de cada dia? E, ai que vida...! 

Por Fernando José, em 28/08/2016.



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domingo, 21 de agosto de 2016

Coalizão Carismáticos-Calvinistas





De antemão, fica clarividente que há diferença entre continuacionismo, pentecostalismo, carismático e movimento carismático.

Na relação Carismáticos-Calvinistas é necessário aprendermos e vivermos a cordialidade anexa à proximidade.

Entendo que a realidade sobre os dons espirituais é mais prática do que teórica. Os que creem e buscam se reservam a falar ou não sabem como ‘defender’, do outro lado, os cessacionistas não têm o que falar, pois não tem a prática – não podemos falar do que não conhecemos!

Então como deveria ser, no meu entender, a atitude de cada uma das partes? Vejamos: Os Calvinistas reconhecerem a arrogância da historicidade e tradição - fala-se muito em sínodos, credos, etc. deixando praticamente tudo na esfera intelectual, embora esse aspecto seja importante. Os Carismáticos reconhecerem a arrogância do 'poderio espiritual e miraculoso' - em sua maior parte desenfreado. A literatura pentecostal concernente a dons ainda é muito frágil em relação ao que se é feito com os dons. Nem posso dizer que "fala-se muito", porque até o que se é falado é bem pouquíssimo, esquivam-se por demais para não falarem no assunto.

Chegaríamos a um consenso em que os Calvinistas estariam na base e/ou retaguarda supervisionando, dando instrução, transmitindo conhecimentos, colaborando para que haja convicção e firmeza naqueles que tem vigor para resolver, 'revelar',  viver na esfera milagrosa, inspirar fé nos outros, serem usados por Deus para alteração de circunstâncias... 

Em suma, o que importa é que nessa coalizão Carismáticos-Calvinistas haja exortação, que digam as palavras do Espírito Santo e tenham bom senso reconhecendo, cada um, o seu lugar estabelecido pelo Espírito.

Independentemente de convicções, reconheçamos o que é para a nossa época. O que está disponível para hoje, está. Vivamos as ‘Coisas do Espírito’!


Por Fernando José.


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terça-feira, 2 de agosto de 2016

CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROFETA HODIERNO




*CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROFETA HODIERNO:


1. O Profeta fala em nome de Deus sem tomar o lugar das Escrituras!

2. O profeta a partir do Novo Testamento não é semelhante ao do Antigo, pois, os deste eram mediadores, enquanto o neotestamentário recebe dons do MEDIADOR, Jesus Cristo.

3. Profecia é a declaração do sobrenatural.

4. Para alguns os ‘dons’ - em especial aqui, o de profecia - são para promoverem destaque em meio aos demais. Ledo engano!

5. É necessário e de bom senso o profeta reconhecer o seu lugar estabelecido pelo Espírito;

6. Os pentecostais que seguem genuinamente o Evangelho percebem a clara distinção entre profetas como João, o Batista e o dom de profecia.

EM SÍNTESE: AO 'PROFETA' QUE EXTRAPOLAR SERÁ NECESSÁRIO RETRATAR-SE E ATENTAR PARA NÃO RESCINDIR O PROPOSTO (PELAS ESCRITURAS E PELA IGREJA ATUAL), RESTANDO AOS DEMAIS RECEBÊ-LO DE FORMA AMISTOSA, COMO O MESTRE ENSINA!


Por Fernando José, em 02 de agosto de 2016.



A publicação deste texto é livre, desde que citada a fonte e o endereço eletrônico da página do Blog O Inconformista.


segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Resenha: O escândalo do comportamento evangélico








SIDER, Ronald J. O escândalo do comportamento evangélico: por que os cristãos estão vivendo exatamente como o resto do mundo? (Título original: The Scandal of the Evangelical Conscience) -1ª edição: Dezembro de 2006. Tradução: Jorge Camargo – Viçosa, MG: Ultimato, 2006. 144p.




Sider mostra, logo de início, como se encontra o evangelicalismo nas Américas. Com uma história simples e educativa, ele fala sobre uma Grande Religião que se espalha por todo o mundo, mas, com o tempo, o povo que faz parte dessa portentosa instituição começa a usar de gentileza, concordando com todos para agradar a todos; a falta de energia e veemência compõe esse todo, acrescido a isso a dúvida e falta de crença. Em meio a esse cenário, surge o movimento de renovação conclamando o povo a retornar às raízes, mas, com o passar do tempo esse movimento tão apaixonado torna-se tão sofisticado que assume uma posição pior que a da primeira etapa. Com base em resultado de pesquisas, o autor vai mais além dizendo que a destruição rápida do cristianismo na América do Norte se dá através da prática diária (a relação com o dinheiro, o sexo, interesses pessoais, etc.). Essa prática diária não leva a seguir um estilo cristão evangelical, e sim, assumir um estilo de vida hedonista, materialista, egoísta e imoral como os deste mundo.  
Visando profundidade, descobrimento, correção e obediênciaSider demonstra através do livro O escândalo do comportamento evangélico que: 1) O escândalo é profundo e extenso, 2) As Escrituras falam sobre o poder do Cristo que corrige combate esse escândalo e, 3) Há esperança em meio ao escândalo.

Segundo o autor, a profundidade do escândalo baseia-se em sintomas apontados por pesquisas que não correspondem a uma boa estatística: divórcio, materialismo, promiscuidade sexual, racismo, abuso físico no casamento, negligência à visão de mundo bíblica, busca desenfreada pela realização pessoal, não viver o que prega, etc. Sider contrasta o comportamento cristão contemporâneo e o ensino e a prática do Novo Testamento. Dessa forma, o que Jesus esperava e espera de nós juntamente com a vida experimental dos cristãos primitivos, está aquém da nossa vida de hipocrisia hodierna! Sendo assim, os cristãos primitivos viveram uma vida de qualidade e transformação que atraía vidas, enquanto afastamos pessoas de Cristo e da vivência cristã.
Para Ronald, a vida da cristandade atual põe em análise o que Jesus disse sobre como seriam os seus discípulos e sobre o que o Novo Testamento diz sobre o pensamento e a vivência dos primeiros cristãos...
O autor, falando sobre a revelação de Deus nas Escrituras e no modo correto de agir quanto a essa revelação, atenta para o fato de que os cristãos não são perfeitos, ao mesmo tempo em que mostra que a melhor resposta ao pecado é a confissão: Deus é o que perdoa e purifica e faz mais que nos conceder perdão. Sider, através da teologia joanina, indica-nos que podemos dizer quem é cristão observando suas ações: amor de maneira prática, interligação do amor ao próximo e obediência a Deus...!  Os escritos joaninos vão de encontro ao orgulho das “nossas doutrinas” e desobediência aos ensinamentos de Cristo.

Ronald aponta que os mandamentos de Deus estão bem distantes comportamento escandaloso dos cristãos evangélicos de hoje: divórcio, posses indevidas, prazer no acúmulo de riquezas e de propriedades, as oferta sem significância, racismo para com os demais cristãos do Corpo, nossos esforços evangelísticos sem ações amorosas, falsidade, desprezo pela viúva e pelo órfão.
As marcas da igreja primitiva - cuidado e partilha de bens e de recursos com os pobres, cuidado para com os abandonados – juntamente com o amor ativo que os de fora viam na comunidade cristã, ficaram registradas de forma notável, para aviso nosso, indicando-nos o grande contraste entre aquilo que Jesus e a igreja primitiva diziam e faziam e aquilo que muitos evangélicos fazem hoje.
Em síntese, esse contraste ajuda-nos a compreender o cerne desse escandaloso fracasso atual e experimental, que, estamos certos, de que haverá, em Deus, correção.



Por Fernando José. 




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